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Mesmo com cultura em casa, aluno de área degradada rende menos

A proposta do estudo, iniciado para entender por que o desempenho de grandes cidades (como São Paulo) em avaliações educacionais estava aquém do ideal, é ressaltar a função da escola no processo de transformação da realidade. “A origem social não pode determinar o destino escolar das crianças. A escola tem papel fundamental na reprodução ou na transformação dessa origem”, afirma Antonio Augusto Gomes Batista.

Batista é da Coordenação de Desenvolvimento de Pesquisas do Cenpec e responsável pela pesquisa. Segundo ele, o estudo, intitulado “Educação em territórios de alta vulnerabilidade”, prova que todos os alunos podem aprender desde que sejam dadas as condições adequadas. “A pesquisa mostra o efeito perverso das desigualdades sócio-espaciais das cidades. Os locais mais vulneráveis sempre perdem”, lamenta.

A influência familiar, tão importante para o aprendizado, perde força nesses locais, diz Batista. O rendimento dos alunos que estudam em regiões mais sujeitas à violência, com menos infraestrutura, é menor – mesmo entre os que têm mais herança cultural. O pesquisador afirma que as políticas públicas devem considerar essa influência para serem efetivas. “A gente pode mexer nisso mais facilmente do que em aspectos estruturais”, comenta.

O estudo avaliou o desempenho de estudantes da cidade de São Miguel Paulista na Prova Brasil. Os dados mostram que, entre alunos com mais recursos culturais que estudam em escolas de regiões mais vulneráveis, 41% apresentaram desempenho em leitura abaixo do esperado. Já nas escolas com entorno menos vulnerável, apenas 19% dos alunos com os mesmos recursos culturais têm rendimento abaixo do esperado.

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